A tecnologia que define grande parte da estratégia dos programas da TV brasileira -e o destino de bilhões de reais em propagandas anualmente- tem como ponto central um aparelho chamado Peoplemeter, uma caixa do tamanho de um decodificador de TV a cabo...
Fonte: tutomania
Esse aparelho é usado há 17 anos para medir o hábito dos telespectadores pelo Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), empresa que domina as pesquisas na área.
O Peoplemeter é o "espião" do Ibope na casa do telespectador. Funciona assim: ao ligar a TV, cada morador identifica-se por meio de uma tecla no controle remoto. O aparelho, então, passa a registrar os dados -o horário em que a TV é ligada e desligada, os canais assistidos, as trocas de canais e o tempo gasto em cada canal.
Na Grande São Paulo, os dados do Peoplemeter são transmitidos por ondas de rádio para a sede do Ibope, e a audiência na TV é calculada em tempo real -o resultado é disponibilizado quase simultaneamente aos clientes pela Internet.
Em outras cidades, as informações são coletadas uma vez por dia, por telefone, e divulgadas aos clientes no dia seguinte, após aproximadamente 30 minutos da computação dos dados.
No total, o Ibope utiliza cerca de 6.000 Peoplemeters, que estão instalados em mais de 3.500 domicílios e atingem aproximadamente 14 mil pessoas de nove regiões do país (saiba mais).
A maior região pesquisada é a Grande São Paulo, com 750 aparelhos instalados. A escolha das casas onde os aparelhos são instalados é feita por meio de amostragem, o mesmo princípio usado nas pesquisas de opinião pública do instituto.
Ibope: entenda a metodologia da pesquisa
O Ibope utiliza cerca de 6.000 Peoplemeters, que estão instalados em mais de 3.500 domicílios e atingem aproximadamente 14 mil pessoas de nove regiões do país (Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Grande Porto Alegre, Grande Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba, Fortaleza e Distrito Federal). Florianópolis terá o aparelho no mês que vem.
Mas não é a quantidade que garante a fidelidade dos dados coletados, e sim a distribuição dos aparelhos. Eles são espalhados pelo país de acordo com a representatividade de cada classe social na população brasileira, medida pelo censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Não é possível definir um padrão de margem de erro, já que ela depende da quantidade de domicílios que colaboram e do índice de audiência estimado de cada minuto, logo varia continuamente. Em São Paulo, por exemplo, cada ponto na audiência representa 52.326 residências, em Porto Alegre, 8.837, e em Recife, 8.814.
Participam da amostra pessoas de ambos os sexos, com mais de quatro anos de idade, que residem em áreas urbanas, fazem parte das classes A, B, C, D ou E. Eles são escolhidos aleatoriamente e recebem alguns brindes ao longo do ano por participar da pesquisa. Os aparelhos medem até quatro televisores por domicílios e todas as formas de recepção (VHF, UHF, Cabo, DTH, VCR).
Os domicílios ficam no máximo por quatro anos na amostra, para garantir uma rotatividade -a cada ano, 25% dos participantes deixam a amostra, assim a cada quatro anos todo o universo pesquisado se renova.
Por contrato, os resultados do levantamento não podem ser exibidos ao vivo nos programas, com o intuito de não estimular uma mudança de hábito que possa ajudar ou prejudicar alguma emissora.
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